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Pai, dá dinheiro?
Mãe, dá dinheiro?
Cinco reais aqui, dez ali, quinze acolá. Valores pequenos, que problema há? Cuidado. Esse dinheiro fácil, mesmo que pouco, pode transmitir a ideia equivocada de que você é uma fonte financeira que não seca nunca. Lembre que a criança entende a disponibilidade das suas doações como fartura e não necessariamente soma todos os valores que ganha para fazer a conta da eventual riqueza dessa fonte.
Seu filho deve perceber que esse dinheirinho que você tem disponível, que basta ele pedir que ganha, significou na verdade, muitos anos difíceis adquirindo conhecimentos e conquistando experiências. Para desempenhar uma profissão que remunere bem, foi investido – e é preciso investir continuamente -, tempo, energia e dinheiro antes. As crianças precisam entender que esse dinheiro é uma consequência do todo esse esforço.
Se os pais são rotulados de “fontes de dinheiro fácil” ou “fontes de dinheiro grátis”, que “basta pedir”, ainda na infância, há grandes chances desse sentimento acompanhar os filhos pelo resto da vida deles, e, diante de qualquer esforço ou dificuldade necessária para se atingir um grande objetivo, o jovem se lembrará que “Papai e Mamãe podem dar esse dinheiro” e ali morrerá toda e qualquer motivação para enfrentar os desafios e as dificuldades necessárias para se conquistar coisas que realmente valem a pena conquistar.
Eu sei que você vai me dizer que poder ajudar financeiramente os filhos é um prazer.
Eu sei, sou mãe, e também acho uma fonte de realização pessoal poder prover meus filhos, mas quero também me sentir orgulhosa ao vê-los filhos conquistando seus próprios objetivos financeiros, assim como eles têm orgulho de me ver conquistando os meus. Ajudas financeiras podem fazer parte, eventualmente, da vida, mas nunca uma obrigação com data e valor marcado. Isso não é presente. É um boleto programado.
E todo esse aprendizado começa ainda na infância, quando seu filho de 7 anos pede dinheiro para o sorvete, depois para o download do joguinho, para o lanche extra, para as figurinhas… Defina uma verba, semanal ou mensal, dependendo da idade da criança e ajude-a a administrar essa verba. Lembre que os valores doados deve ser baixos, afinal, não se pode ter tudo na vida – saber fazer escolhas é um aprendizado. Criança que vê os pais como uma fonte inesgotável de dinheiro, na futura falta desses pais (já que ninguém é eterno), o banco alegremente desempenhará esse papel, mas cobrando altos juros por isso e ainda pedindo garantias. Melhor que nossos filhos entendam agora que nosso dinheiro é um bem finito, não é?
Um beijo e vejo você no próximo conteúdo sobre Educação financeira Infantil! Ate mais!
O papel dos pais é orientar e auxiliar os filh@s a dar os primeiros passos para uma boa vida financeira. Auxiliar é diferente de decidir pelo filh@.
Se já está na hora de dar mesada, não faz sentido que ela seja dada e todo e qualquer gasto, controlado. É difícil? Claro que é!
Por que não dar autonomia guiada? Isso quer dizer:
Digamos que é uma “liberdade com regras”.
A melhor educação que você pode dar é aquela que prepara seu filho pra a vida real.
O brinquedo não desperta mais interesse?
Incentive seu filh@ a participar de feiras de troca, doação ou venda de brinquedos usados.
Aprender que nossos itens dentro de casa não são descartáveis, que a aquisição demandou nosso tempo e dinheiro e que ainda, esses mesmos itens podem ser úteis mais tarde para outras pessoas é um passo importante rumo à maturidade financeira e o consumo consciente.
Cuidar dos próprios brinquedos e aprender a recicla-los, doá-los ou vendê-los é pura educação financeira infantil na prática!