
Brinquedos demais? Entenda porque isso pode ser um sinal de alerta!
Bolas, bonecas, carrinhos, pecinhas de encaixe, fantoches, panelinhas… Sabemos que os brinquedos são essenciais para um bom desenvolvimento infantil, que representam o dia-a-dia da criança e dão vida às suas fantasias, mas convenhamos, resistir a compra de sempre mais um têm ficado cada vez mais difícil.
São todos tão lindos! Tão educativos! Tão seguros! E sempre há tantas novidades nessa área! Nossas crianças se encantam com as cores, luzes e personagens novos a cada temporada e é uma alegria poder satisfazer-lhe as vontades. Mas é então que vamos perdendo a mão…
Os armários do quarto não dão mais conta de guardar tudo o que a criança possui e um olhar mais atento revela que há carrinhos repetidos, bonecas sem marca de uso, caixas de jogos ainda com o lacre da loja. Os brinquedos estão jogados no quarto, na sala, na cozinha. Nossas crianças pedem novidades incessantemente mas não valorizam o que ganham, abandonando rapidamente o item novo em um canto qualquer. Mas onde foi que erramos?
Porta de entrada para o consumismo infantil
Estamos errando ao comprar demais e não carregue essa culpa sozinho: essa armadilha é comum e costuma nos pegar devagarzinho, se disfarçando de cuidado e carinho com nossos pequenos.
A falta de falta de espaço é apenas o sintoma mais fácil de enxergar. Quando compramos demais, nossas crianças podem estar aprendendo que adquirir coisas serve para:
- Suprir o tédio;
- Preencher um certo vazio;
- Aliviar alguma angústia;
- Obter consolo por alguma frustração.
O consumo sem objetivo é um tema muito sério dentro das finanças pessoais, sendo inclusive um dos principais pontos que leva ao endividamento. Se para os adultos, esse é um ponto de atenção, para nossas crianças, mais ainda.
Compras precisam ter um motivo, uma data especial, um porquê. Ao banalizarmos o ato de presentear, desvalorizamos não só os itens novos como os já existentes. Que tal entendermos um pouco melhor sobre o consumo e como ele afeta nossas crianças?
Quais os sinais de alerta que uma criança excessivamente exposta ao consumo apresenta?
- Indecisão. A cada propaganda, o brinquedo desejado muda e a criança não consegue decidir o que prefere. Para evitar o sofrimento da escolha, deseja tudo o que vê.
- Obsessão. O objeto-desejo preenche todos os pensamentos e ações da criança;
- Intolerância. A criança apresenta posturas que externam raiva, indocilidade, agressividade e usa-as como ferramentas para obter o brinquedo.
- Pressa. O desejo precisa ser realizado rapidamente – a criança mostra sinais de ansiedade para ter o brinquedo, como palpitações, euforia e tremores.;
- Alívio. O choro ou a ansiedade se vão após ganhar o que pede, mas é questão de tempo para que o ciclo de angústia recomece.
Algumas estratégias para ajudar a lidar com brinquedos demais
Para tudo há solução e algumas podem ser bem fáceis, além de proporcionar momentos de aprendizados valiosos entre todos da família.
- Que tal a criança participar de feiras de troca e venda de brinquedos usados? É possível organizar uma feira dessas no condomínio ou com os coleguinhas de escola.
- Doar brinquedos em bom estado que não despertem mais interesse é uma forma de apresentar à criança o poder da solidariedade;
- Não precisamos comprar coisas novas ao sinal de qualquer desejo. Há sempre possibilidade de ressignificar brinquedos existentes;
- Vamos tentar consertar ou reformar o brinquedo antes de comprar um novo?
- Brinquedos, na sua imensa maioria, são presentes e não necessidade; e presentes têm data específica para serem dados (defina-as previamente para a criança);
- As propagandas não costumam ser exatamente fieis nas suas representações de brincadeiras e é preciso explicar isso às nossas crianças. Alinhamento de expectativas ao ganhar um brinquedo novo é essencial para evitar ciclos de frustração desnecessários.
A verdade é que…
Consumo é coisa séria. Ter muitos brinquedos não só sobrecarrega a criança de informações como também contribui para que ela acabe não valorizando as coisas que tem. Não custa lembrar que, para nossos pequenos, o melhor brinquedo que os pais podem dar é aquele que estimule a imaginação e que signifique convivência familiar de qualidade.
Um beijo e vejo você no próximo conteúdo sobre Educação Financeira Infantil. Até mais!