Por que a maternidade nos força a rever temas que, pensávamos, estarem superados?
“É inevitável que viver a maternidade te leve de volta à própria infância e te force a rever temas que você julgava estarem superados há muito tempo.”
Carol Stange
I-N-E-V-I-T-Á-V-E-L
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Temas que você acreditava estarem superados, resolvidos e enterrados, ressurgem para incomodar, questionar e muitas vezes, machucar. Sim, minha amiga, prepare-se. Esse conteúdo não é, exatamente, um texto leve.
Uma das coisas que a maternidade escancara, de forma um tanto crua (e cruel?), é que as experiências financeiras não agradáveis, pelas quais passamos e que julgávamos terem sido superadas, não estão.
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Você achava que tinha superado os risos dos colegas de escola porque seus tênis eram herdados do primo rico, até o dia em que se vê fazendo dívidas para que seu filho tenha os melhores tênis da turminha.
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Você cresceu ouvindo que “mulher inteligente se apaixona por homem rico” e, mesmo discordando e desejando que sua filha um dia se apaixone perdidamente, se vê repetindo isso para ela.
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Você ouvia sua mãe chorar porque desejava abandonar o marido infiel, mas por falta de recursos para sair de casa, viu-a se sujeitar à uma vida inteira de humilhações. Agora, casada, você guarda dinheiro escondido do seu marido.
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Hoje, ao ajudar seu filho a colocar a mochila dentro do carro na saída da escola, seu estômago revira ao lembrar de como você tinha vergonha do carro velho com que seu pai ia te buscar no final do dia.
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E assim é a parentalidade. Poderosa. Que joga e pisoteia, em frente aos nossos olhos, nossas crenças construídas, nossas dores adquiridas, nossas expectativas construídas.
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Quando meus filhos eram bebês, eu priorizava seu conforto e segurança física. Quando meus filhos eram crianças de até 7 anos, minha preocupação era dar todo o suporte necessário para que a vida fosse descoberta ao máximo possível. Agora que meus filhos estão entre o final da segunda infância e a pré-adolescência, vejo os meus próprios olhos questionadores neles.
Vejo o desejo de absorver o mundo, a coragem de questionar orientações simples e as tentativas incansáveis de driblar ordens. Mas também vejo um carinho solto, um toque sincero, um vínculo genuíno.
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E claro, dou de cara com minhas próprias dores financeiras em cada episódio vivenciado como mãe.
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Algo me diz que vou me encontrar eternamente com a minha própria infância durante a vida dos meus filhos, e, sinceramente, eu desejava que, em alguns dias, isso tudo fosse mais fácil.
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